André Barreto
Ontem (07/09) de manhã foi realizado, paralelamente à parada militar do 7 de setembro (na qual o senhor Governador do Estado e outras autoridades estatais estavam presentes), o 14º Grito do Excluídos, este ano com o lema "Vida em primeiro lugar, direito e participação popular", no qual se fez uma passeata pacifica por toda Avenida Conde da Boa Vista até o pátio do Carmo, no centro do Recife.
Foi inadmissível como esta manifestação pacifica sofreu repressão pela Polícia Militar, havendo a presença do Batalhão de Choque. A concentração estava sendo realizada na Praça Oswaldo Cruz. Na hora, contudo em que se iria em direção para entrar na Conde da Boa Vista, a PM bloqueou o acesso com o ônibus dela fechando a rua, fazendo um cordão de isolamento e ainda com vans atrás evitando a passagem. A passagem foi bloqueada, porem no momento em que houve o encontro entre as filas de manifestantes e o batalhão, os primeiros tentando forçar a passagem, a policia começou a bater em todos que estavam ao redor. Somente apos algumas conversas e negociações é que a PM permitiu a entrada na avenida, com a condição de que todos os carros de som e trios elétricos ficassem detidos e não seguissem na passeata (ate porque não tinha como eles passarem: o ônibus fechando a rua não deixava). Foi nítido que o objetivo da policia neste momento era fragmentar e dispersar a movimentação, já que a passagem foi permitida, mas dificultada ao se deixar passar somente de 10 em 10 pessoas.
Seguindo pela Conde da Boa Vista, o primeiro cruzamento estava já fechado pelo Choque, com mais de 50 policiais, alguns portando armas e bombas de gás lacrimogêneo... Mais uma vez houve empurra-empurra, mais alguns socos e pontapés distribuídos, alem do uso de cassetete (algumas pessoas ficaram feridas). Somente depois de algumas conversar a continuação do ato foi permitida, desta vez com policiais, motos e viaturas acompanhando a marcha até o fim do trajeto.
Esta atitude do Governo do Estado, na figura de Eduardo Campos e seus secretários, em evitar mais uma vez uma manifestação pacifica de movimentos sociais, sindicatos e organizações populares, é inadmissível a um governo que se diz popular. É no mínimo uma contradição que um governo dito de esquerda, que pauta, pelo menos em tese, a defesa dos Direitos Humanos (ao realizar recentemente uma Conferência de Direitos Humanos, criar conselhos temáticos e uma secretaria especial de direitos humanos, entre outros discursos) ter uma Policia Militar e a secretaria de Defesa Social tão (ou ate mais) repressora e criminalizadora dos movimentos como a de seus antecessores (repressão já mostrada também nos episódios anteriores, a exemplo das manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em janeiro).
André Barreto é membro do Movimento Faculdade Interativa e do Núcleo de Assessoria Jurídica Popular - NAJUP/Direito nas Ruas/UFPE.
Ontem (07/09) de manhã foi realizado, paralelamente à parada militar do 7 de setembro (na qual o senhor Governador do Estado e outras autoridades estatais estavam presentes), o 14º Grito do Excluídos, este ano com o lema "Vida em primeiro lugar, direito e participação popular", no qual se fez uma passeata pacifica por toda Avenida Conde da Boa Vista até o pátio do Carmo, no centro do Recife.
Foi inadmissível como esta manifestação pacifica sofreu repressão pela Polícia Militar, havendo a presença do Batalhão de Choque. A concentração estava sendo realizada na Praça Oswaldo Cruz. Na hora, contudo em que se iria em direção para entrar na Conde da Boa Vista, a PM bloqueou o acesso com o ônibus dela fechando a rua, fazendo um cordão de isolamento e ainda com vans atrás evitando a passagem. A passagem foi bloqueada, porem no momento em que houve o encontro entre as filas de manifestantes e o batalhão, os primeiros tentando forçar a passagem, a policia começou a bater em todos que estavam ao redor. Somente apos algumas conversas e negociações é que a PM permitiu a entrada na avenida, com a condição de que todos os carros de som e trios elétricos ficassem detidos e não seguissem na passeata (ate porque não tinha como eles passarem: o ônibus fechando a rua não deixava). Foi nítido que o objetivo da policia neste momento era fragmentar e dispersar a movimentação, já que a passagem foi permitida, mas dificultada ao se deixar passar somente de 10 em 10 pessoas.
Seguindo pela Conde da Boa Vista, o primeiro cruzamento estava já fechado pelo Choque, com mais de 50 policiais, alguns portando armas e bombas de gás lacrimogêneo... Mais uma vez houve empurra-empurra, mais alguns socos e pontapés distribuídos, alem do uso de cassetete (algumas pessoas ficaram feridas). Somente depois de algumas conversar a continuação do ato foi permitida, desta vez com policiais, motos e viaturas acompanhando a marcha até o fim do trajeto.
Esta atitude do Governo do Estado, na figura de Eduardo Campos e seus secretários, em evitar mais uma vez uma manifestação pacifica de movimentos sociais, sindicatos e organizações populares, é inadmissível a um governo que se diz popular. É no mínimo uma contradição que um governo dito de esquerda, que pauta, pelo menos em tese, a defesa dos Direitos Humanos (ao realizar recentemente uma Conferência de Direitos Humanos, criar conselhos temáticos e uma secretaria especial de direitos humanos, entre outros discursos) ter uma Policia Militar e a secretaria de Defesa Social tão (ou ate mais) repressora e criminalizadora dos movimentos como a de seus antecessores (repressão já mostrada também nos episódios anteriores, a exemplo das manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em janeiro).
André Barreto é membro do Movimento Faculdade Interativa e do Núcleo de Assessoria Jurídica Popular - NAJUP/Direito nas Ruas/UFPE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário