terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mendonça Filho perde a calma em debate na FDR

Carlos Padilha

Em debate realizado ontem (22/09) a noite na Faculdade de Direito do Recife (UFPE), o candidato do DEM se mostrou desqualificado e nervoso com a provável derrota no pleito municipal. Disparando desculpas esfarrapadas e se esquivando das perguntas postas pelos estudantes que se interessaram pelo debate, Mendoncinha atacou os movimentos sociais e afirmou ser uma opinião de seu grupo político e seus advogados o posicionamento de desrespeitar a Constituição Brasileira, sendo aplaudido apenas pelos cerca de 50 apoiadores que ele mesmo trouxe para a FDR.


O debate promovido pelo Diretório Acadêmico Demócrito de Souza Filho, como parte do ciclo de debates para candidatos a prefeito da cidade do Recife, com o candidato a prefeito Mendonça Filho do partido Democratas (DEM), apesar da ampla divulgação, foi claramente evitado pelo conjunto de estudantes da Faculdade de Direito do Recife. Apesar disso, o anfiteatro em que o evento se realizou estava parcialmente cheio de pessoas estranhas à faculdade, com camisas e adesivos do candidato, essas pessoas, incluindo-se aí as candidatas à Câmara Municipal do Recife, Pink e Priscila Krause, ambas do DEM, participaram apenas como uma platéia ensaiada para aplaudir o candidato depois de suas colocações não fazendo nenhuma intervenção política propositiva ou de resposta às indagações dos estudantes.

Acuado com o questionamento sobre sua relação com os movimentos sociais, caso fosse eleito prefeito, considerando seu histórico de agressividade policial com as manifestações contra o aumento das passagens do transporte coletivo feitas em novembro de 2005 pelas entidades estudantis, sindicais e populares durante seu mandato de vice-governador, Mendonça tornou sua postura mais agressiva, desviando da resposta e atacando a candidatura do líder da pesquisa feita pela UFPE, João da Costa. Daí então só respostas ríspidas e escorregadias aos estudantes presentes foram ouvidas, mostrando uma candidatura frágil diante da derrocada política da candidatura do DEM na cidade, vide queda nas pesquisas recentes.

Mendonça, defendeu ser apenas uma divergência de “opinião” o fato de seus advogados e juristas terem um entendimento diferente dos juízes eleitorais responsáveis pelo processo, que corre em segredo de justiça, confundindo também o fato do processo ser de interesse público. Depois da explicação que o estudante, que havia questionado a afronta à Constituição, deu sobre interesse público e publicação do processo, ele se desculpa pela irritação e se esguia dizendo serem interpretações diferentes.

O candidato mostrou contradição entre sua defesa de que o bolsa-família é um programa assistencialista e sua proposta de aumentar o bolsa-família com um programa produtivista, com uma lógica excludente que estabelece que apenas os “melhores” obterão acesso ao programa que apresenta em seu guia, o “poupança-educação”.

Na resposta final ao debate, o candidato do DEM afirma ser defensor da democracia e diz não se constranger caso eleito por uma decisão judicial que impugne a candidatura do PT, mesmo que a maioria da população esteja apontando uma vitória expressiva, no primeiro turno, da continuidade do projeto político posto na cidade.

Cabisbaixo e mal-humorado, Mendonça se retirou sem muitas palavras e resmungando com seus assessores e militantes, deixando um punhado de estudantes da faculdade indignados pela forma com que se portou durante o debate.

Carlos Padilha é membro do Movimento Faculdade Interativa.

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